Por que sua autoestima não está baixa — ela está cansada: o impacto dos padrões estéticos na nossa relação com a imagem
- Daniela Mansur
- há 6 dias
- 3 min de leitura
E por que a resposta não está no filtro, no procedimento da moda ou em tentar copiar alguém — mas no natural, no autêntico e no que é seu.
INTRODUÇÃO
Existe um fenômeno recorrente na consultoria de imagem: as pessoas chegam dizendo que não têm estilo, que “não sabem se vestir”, que o cabelo não ajuda, que nada fica bom.Mas quando começamos a conversar, descubro uma coisa simples e brutal:
A baixa autoestima não nasce da falta de estilo.Nasce da tentativa exausta de alcançar um padrão que nunca foi seu.
E esse esgotamento não é acidente — é consequência direta de uma indústria altamente lucrativa.
A INDÚSTRIA QUE MUDA O PADRÃO, MAS NÃO MUDA A PRESSÃO
O padrão estético nunca é estável. Ele dança conforme o interesse comercial.
Antes, o cabelo “certo” era o liso chapado.
Agora, o “certo” é o cacho perfeito, definido, brilhoso e fotogênico.
O grisalho natural ganhou espaço — desde que seja “o grisalho perfeito”.
A pele deve parecer natural — desde que seja lisa como porcelana.
Percebe o padrão?Nada disso é natural.É apenas um novo filtro embalado como liberdade.
A indústria muda o ideal, mas mantém o mesmo roteiro:“Você ainda não é suficiente — mas pode comprar o suficiente.”
QUANDO COPIAR O PADRÃO VIRA UM CICLO DE AUTOACUSAÇÃO
O problema de tentar seguir esses ideais é simples:
Cada vez que você tenta copiar alguém, você se afasta de você.
E quanto mais se distancia, mais aumenta:
a insegurança
a sensação de inadequação
a percepção de que “falta algo”
Porque falta mesmo:falta identidade — algo que nenhum creme, corte ou procedimento entrega.
O ESTETICAMENTE “ERRADO” QUE INVENTARAM PRA VOCÊ
Mitos que te contaram e você talvez nem percebeu:
Cabelo crespo é “ruim”
Cabelo volumoso é desleixo
Frizz é defeito
Cabelo curto não é feminino
Calvície é fracasso
Pele sem filtro é falta de cuidado
Corpo natural é “antes”, nunca “depois”
Nada disso é verdade.É condicionamento estético — e dos mais lucrativos.
O problema nunca foi o frizz, o volume, o crespo, o grisalho, a calvície.Foi o terrorismo estético que ensinaram sobre eles.
AUTOESTIMA NÃO SE PERDE: ELA É DESGASTADA
Quando você tenta pertencer a um padrão fabricado, acontece um desgaste silencioso:
você se critica mais
se compara mais
consome mais
se esvazia mais
E quanto mais tenta “corrigir”, menos se reconhece.
É por isso que tanta gente acredita que precisa de estilo, quando na verdade precisa de reconciliação interna.
O PAPEL DA CONSULTORIA DE IMAGEM NESSE PROCESSO
Na minha consultoria, não empurro ninguém para um molde.Não incentivo procedimentos que te afastam da própria identidade.Não transformo imagem em submissão estética.
Eu faço o caminho ao contrário:
Te conduzo de volta ao que é seu.Ao seu formato.À sua textura.À sua história.À sua linguagem.
A imagem não nasce no que você tenta esconder.Ela nasce no que você decide assumir.
A BELEZA SEM FOTOGRAFIA PERFEITA
Existe beleza no cabelo real.Na pele real.No corpo real.Na vida real — aquela que não aparece nas capas, nos comerciais ou no feed da influencer.
A beleza sempre esteve ali.Só te ensinaram a duvidar dela.
CONCLUSÃO: O CAMINHO DE VOLTA É O CAMINHO PRA FRENTE
Quando você para de brigar com o espelho, a imagem deixa de ser uma batalha e vira linguagem.Coerente, forte, estratégica — e sua.
Se a sua intenção é construir uma imagem que respeite quem você é, e não quem o mercado espera que você seja, existe outro caminho:
estratégia, consciência e naturalidade.
É esse caminho que sigo com cada cliente.Sem filtros.Sem moldes.Sem pressões.Com identidade.










Comentários